O artista Luis Manuel Otero Alcántara foi condenado a cinco anos de prisão e o rapper Maykel Osorbo ficará encarcerado por nove anos, informou, no sábado 25, a Procuradoria-Geral de Cuba.
Os dois foram condenados pelos crimes de “ultraje aos símbolos da pátria” e “desacato”.
Além deles, três pessoas foram julgadas a portas fechadas pelo Tribunal Municipal Popular de Havana Central.
Maykel Osorbo e Luis Manuel Otero, lado a lado / Foto: Reprodução
Alcántara, preso quando saía de casa para se unir às históricas manifestações de julho, tornou-se alvo da ditadura cubana depois de se cobrir com a bandeira do país durante uma performance.
No julgamento, a defesa argumentou de que se tratou de um trabalho artístico.
Os juízes chegaram à conclusão de que Alcántara, 34 anos, teve o “ânimo expresso, sustentado no tempo, de ofender a bandeira nacional, mediante a publicação de fotos em redes sociais, onde são usados em atos degradantes, acompanhados de expressões notoriamente ofensivas e desrespeitosas”.
No caso de Osorbo, vencedor do Grammy Latino de Melhor Canção do Ano, o tribunal considerou que, com o “propósito manifestado de ultrajar e afetar a honra e a dignidade das autoridades máximas do país”, o rapper “usou imagens falsas, manipuladas digitalmente, e as tornou públicas nas redes sociais”.
Ele também teria empreendido “ações violentas” contra dois policiais.
Parentes de Osorbo denunciaram o fato de que a advogada do rapper foi afastada do caso dois dias antes do julgamento.
O novo defensor não levou testemunhas.
Ambos os artistas, líderes do Movimento San Isidro (opositor à ditadura), também foram condenados por promover “uma aglomeração de pessoas, que ocuparam a via pública e insultaram as autoridades”.
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