Tema Livre

Da redação
08:45
09/12/2022

Doce de leite pós-jogo pode? Saiba por que jogadores do Brasil consomem 'sobremesa' depois das partidas

Após a vitória por 4x1 contra a Coreia do Sul, o atacante Richarlison degustava um chup-chup de doce de leite.

"É pra quem faz gol", disse o craque em tom de brincadeira durante entrevista. Perguntado se era liberado, ele explicou que o doce fica à disposição dos atletas e "quem quer pegar, pega".

Richarlison festeja gol contra a Sérvia. Foto: Nelson Almeida / AFP

O chup-chup é um agrado para os jogadores ou faz parte de uma estratégia pós-jogo?
 

"O doce de leite (açúcar) é um carboidrato de rápida absorção. Quando pensamos em recuperação, de fato esse carbo de rápida digestão faz sentido", explica Gisele Haiek, nutricionista pós-graduada em nutrição clínica funcional.

Vale lembrar que não existe uma quantidade "ideal" ou "indicada". Tudo depende do organismo, do peso, da altura e do objetivo da pessoa.

"Se a pessoa quer ganhar massa muscular, as quantidades são ajustadas para que haja superávit calórico.

Se a pessoa quer emagrecer, ela precisa do déficit calórico.

Um docinho colocado no contexto de cada um não vai emagrecer ou engordar. Ele isoladamente não será um problema", completa a nutricionista.

Além do doce de leite (que é uma opção muito gostosa), outros carbos "práticos" também funcionam no pós-jogo: frutas, sucos, salada de frutas.

"Se for pensar só na composição, o doce de leite é ok. Mas não podemos esquecer da qualidade.

É melhor ingerir um carbo de rápida absorção que nutra o corpo", avalia a nutricionista.

 

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E qual a função do carboidrato?

O carboidrato é a estrela da festa na alimentação dos atletas, junto com a proteína. A função do carbo é o estoque de energia. No pós-treino (ou pós-jogo), ele vai ajudar na recuperação muscular. Os jogadores têm um desgaste muito grande e vão precisar desse nutriente.

"Depois de um jogo intenso, que exigiu muito do organismo do atleta, precisamos pensar no estoque de carboidrato, de energia.

Ele é feito na forma de glicogênio muscular e hepático, o armazenamento é feito no músculo e no fígado.

O carboidrato é a principal forma para repor o glicogênio e ficar preparado para outras atividades do dia", esclarece Gisele.

Haiek explica que até uma hora pós-jogo, o corpo está pronto para fazer essa reserva rápida - o momento perfeito para a recuperação. Por isso, o indicado é o carboidrato de rápida absorção.

"Se o alimento tiver muita fibra, se for combinado com gordura, a digestão acaba sendo mais lenta, o que não é interessante para o atleta".

O carboidrato pode ser encontrado em tubérculos e raízes, cereais, frutas, pães, tapioca, geleia de frutas, sucos, beterraba, mel.

E não é só o carboidrato que é importante para a recuperação do atleta.

A proteína também não pode faltar. É ela quem garante a estrutura muscular (a manutenção ou construção da massa muscular).

"A proteína é quem mais ajuda nas dores e fadigas musculares. E uma má notícia: o doce de leite não tem quantidade significativa de proteína", finaliza a nutricionista.

 

Com informações do G1

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