05/06/2021 10:27

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As imagens do “Homem do Tanque” desapareceram do Bing, o motor de pesquisa da Microsoft, e a empresa diz ter-se tratado de um “erro humano”.

Nessa sexta-feira (4), no dia em que completou 32 anos desde o Massacre na Praça da Paz Celestial, quando o governo chinês respondeu com força militar a manifestações populares pacíficas, ocorridas em Pequim, várias pessoas reportaram que, ao pesquisarem sobre a foto abaixo, a mensagem que aparecia era “Não há resultados”.

Um homem enfrenta os tanques das forças militares na Avenida da Paz Eterna em Pequim, em 5 de junho de 1989.

Durante a noite anterior, o exército chinês realizou uma brutal repressão contra os estudantes da Praça Tiananmen.

A foto, tirada pelo fotógrafo americano Jeff Widener, deu a volta ao mundo e se tornaria um símbolo dos protestos em Tiananmen. 

A Microsoft foi acusada de censura por vários utilizadores no dia do Massacre de Tiananmen (04/06), em que várias pesquisas sobre a foto apareceram em branco.

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Após a falta de imagens no Bing, rapidamente surgiram acusações de censura, exatamente no dia de aniversário dos protestos em Tiananmen e um dia antes do aniversário da data em que foi captada a imagem que ficou para a história.

Vários utilizadores do Bing – do Reino Unido, aos EUA e a Singapura – reportaram o sucedido nas redes sociais.

O Microsoft Bing é um dos poucos motores de pesquisa estrangeiros disponíveis na China, já que as autoridades do país bloqueiam várias plataformas, nomeadamente o Facebook e o Twitter.

O Massacre de Tiananmen continua a ser silenciado por Hong Kong, há censura ao tema nos motores de pesquisa que funcionam no país, mas estas restrições não costumam ser aplicadas noutros locais, o que desta vez acabou por acontecer.

Na noite de 3 a 4 de junho, os tanques do Exército Popular de Libertação (EPL) entraram nas ruas de Pequim com uma ordem brusca: expulsar da Praça Tiananmen os milhares de manifestantes que a ocuparam.

Os soldados abriram caminho para a praça com tiros, e centenas de pessoas - mais de mil, segundo algumas fontes - morreram sob as balas do Exército e foram esmagadas pelos tanques de guerra nas ruas que levam a Tiananmen. 

 Na foto, várias pessoas observam o cadáver de um manifestante, massacrado pelo exército chinês durante a repressão (Getty Images)

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Apesar do homem da foto ter ficado eternizado em Tiananmen e no mundo, nada se sabe sobre o indivíduo.

O momento em que se coloca à frente dos tanques só termina quando três pessoas decidiram correr, agarrar o homem e tirá-lo do meio da estrada.

A identidade do homem que teve um ato heróico, se quem o retirou dali foram amigos ou inimigos e o que é feito deste homem são questões que continuam, mais de trinta anos depois, por responder.

Com informações do Observador

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