29/01/2021 17:54

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Quase ninguém mais sabe o que é um piropo. De origem castelhana, um piropo é uma palavra ou frase de elogio endereçado a outra pessoa.

No melhor dos mundos, poetas, compositores e apaixonados escrevem versos (piropos) sobre quem se ama.

No pior dos mundos, piropos são grosseiros e, ao cruzarem a linha do assédio moral ou sexual, transformam-se em casos de polícia. 

Toda essa ‘piropada’ do parágrafo acima é para falar da improvável nova plataforma utilizada para paqueras virtuais.

Não, não são as já tradicionais redes sociais ou aplicativos, como Tinder e Inner Circle. Hoje, os piropos invadiram o Pix e criaram o Pix sexual. 

Pix, para quem ainda não foi apresentado, é um sistema de pagamento instantâneo lançado em meados de novembro pelo Banco Central. 

Além disso, o usuário pode enviar uma mensagem no comprovante de pagamento.

Normalmente, essa mensagem serviria para uma breve descrição dos motivos do pagamento, mas...

Mas o brasileiro na internet tem um humor todo peculiar e não demorou para aparecerem coisas como:

“Coloquei uma chave pix aleatória na bio do meu Tinder e tem maluco me mandando dindin pelo meu número kkkkkkk” (@Manda_pedrosa).

Ou ainda: “Não me mande flores, me mande um PIX. É assim que se paquera agora?”( @lillydearaujo). 

(Marcos Muller/Estadão)

Nas redes sociais, a modalidade já foi apelidada de “pixtinder” e seus adeptos de @pixsexuais (pessoas que se sentem atraídas por quem faz transferências financeiras por Pix).

A ideia é que, ao se identificar a pessoa do seu interesse, o indivíduo faça uma transferência bancária acompanhada por um galanteio (um convite para jantar, um elogio).


Ainda nas redes, nasceu uma tabela que relaciona valores financeiros ao nível de interesse da pessoa.

Por exemplo, R$ 1 é igual um “adoro você”; R$ 2 vale um “te acho lindo” e um R$ 10 é um legítimo “quero um date”. Já um depósito de R$ 20 pode significar “te odeio, kkk”. 

 Além de cantadas, as mensagens podem servir para explicar melhor pedidos feitos por delivery.

Ao transferir o pagamento para uma pizzaria, a pessoa escreveu no Pix: “não põe cebola na pizza, obrigado”.


A brincadeira fugiu do controle, ganhou escala e levou o próprio Banco Central a se manifestar, dizendo que o “Pix é um meio de pagamento e não uma rede social”.

Camila Mickievicz, especialista em direito e tecnologia, adverte para os perigos do chamado pixtinder.

O risco é acentuado. Entregar a chave do Pix para alguém pode significar disponibilizar o CPF. Com o CPF e o nome completo, alguém mal-intencionado pode fazer compras no seu nome.

Se a chave é o telefone ou o e-mail, os problemas podem ser muito sérios também”, comentou.

Com informações do Estadão


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