O isolamento social adotado em razão da pandemia reforçou a necessidade do brasileiro de exercitar sua sexualidade, mesmo sem contato físico.
É o que mostram os relatórios de 2020 da rede social adulta Sexlog, que atingiu a marca de 14 milhões de perfis cadastrados, crescimento de 40% na comparação com 2019.
Voltada ao público liberal, a plataforma é muito procurada para as práticas de exibicionismo, sexo grupal e troca de casais – também conhecida como “swing”.
Leandro Kitamura, CEO da Sexlog, explica como a pandemia da covid-19 mudou as regras das relações sociais e influenciou a busca por novas ferramentas para viabilizar a expressão da sexualidade.
“Um dos nossos principais objetivos sempre foi o de promover conexões para que as pessoas marquem encontros presenciais.
Mas, desde o início da pandemia, o que vimos foi que as pessoas passaram a estar mais tempo online, interagindo, sem a pressa ou a intenção imediata do encontro.
Assim, liberamos recursos exclusivos de assinantes para toda a base, como vídeos e livecams”, diz Kitamura.
O faturamento acompanhou o crescimento do público. Aumentou 25% em 2020 na comparação com 2019.
Segundo Kitamura, isso se deve ao fato da maior disponibilidade de ferramentas no site para interação do público.
“Foi necessário muito investimento para atender a demanda tanto de conteúdo produzido e publicado pela rede, quanto de novos acessos ao site”, afirma.
Ao contrário de outros aplicativos de encontros, o perfil dos usuários do Sexlog tende a ser de pessoas mais velhas, com maioria concentrada na faixa etária de 25 a 44 anos, na região Sudeste.
Já no quesito orientação sexual, os usuários são, em sua maioria, formada por pessoas que se identificam como heterossexuais, um reflexo da própria comunidade de swing.
Assim, 78,3% são heterossexuais; 18.6% bissexuais; 2% homossexuais e 1,1% pansexuais e outros.
Os homens solteiros representam 64% dos perfis, os casais 24% e as mulheres solteiras 9,5%.
O relatório afirma que 2020 foi o ano em que mais mulheres se cadastraram no Sexlog desde seu início, em 2004.
Segundo a especialista Mayumi Sato, colunista da Sexlog, o aumento de mulheres tem sim relação com o isolamento social, mas sobretudo ao movimento “sex positive”, que traz a expressão da liberdade sexual como um dos princípios para a emancipação feminina.
Mayumi Sato, colunista da Sexlog
“Vemos cada vez mais mulheres falando sobre o assunto de forma aberta, sem julgamentos e abrindo espaço para que todas possam viver sua sexualidade mais livremente.
Além disso, há alguns anos nós tornamos a decisão de direcionar todos os nossos esforços no sentido de criar um espaço mais acolhedor às mulheres.
Desde a nossa linguagem, até as ferramentas de privacidade e segurança levam isso em consideração”, diz Sato.
Com informações Gazeta do Povo/Poder360