Geólogos descobriram pequenos organismos procarióticos e de algas dentro de cristais de halita de 830 milhões de anos.
Os seres podem ajudar os especialistas a entenderem como era a vida na Terra nesse período.
Realizada na Austrália, a descoberta foi registrada em 6 de maio no periódico científico Geology.
Organismos de 830 milhões de anos encontrados em rocha (Foto: Schreder-Gomes et al.)
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Os organismos foram encontrados dentro de uma amostra de rocha antiga da Formação Browne, do período Neoproterozóico.
A rocha foi extraída pelo Geological Survey of Western Australia em 1997 e os organismos podem estar vivos até hoje.
A halifa que os manteve conservados é um mineral de cloreto de sódio, tendo se originado dentro de um ambiente de água salgada.
Microrganismos em inclusões fluidas presos dentro de cristais de halita (Foto: Schreder-Gomes et al.)
Os cristais de halita têm grande importância científica, pois podem conter informações sobre a temperatura e as propriedades químicas da água.
Alem disso, pode indicar a temperatura atmosférica no momento da formação dos minerais.
Isso ajuda a entender a vida antiga não só na Terra, mas em outros planetas, como Marte, onde também existem depósitos de sal e indícios de água no passado.
Os pesquisadores investigaram a halifa com métodos para deixar o mineral intacto.
A partir de uma técnica chamada petrografia de luz transmitida e ultravioleta, eles analisaram os cristais com baixa ampliação e depois com um zoom de até duas mil vezes.
Dentro das formações havia sólidos e líquidos orgânicos, consistentes com células procarióticas e eucarióticas.
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A faixa de fluorescência da análise revelou cores indicativas de decomposição orgânica, mas também apresentou indícios de organismos modernos com material orgânico inalterado.
Isso significa que é possível que alguns dos seres ainda estejam vivos e que a halifa tenha servido como um micro habitat para as colônias.
Os antigos organismos terrestres encontrados lá puderam ser identificados sem danificar amostras.
"O exame óptico deve ser considerado um passo fundamental em qualquer estudo de bioassinaturas em rochas antigas”, disse a equipe no estudo.
“Os sedimentos químicos antigos, tanto de origem terrestre quanto extraterrestre, devem ser considerados hospedeiros potenciais para microrganismos antigos e compostos orgânicos."
Fonte: Revista Galileu