A demissão de José Mauro Coelho do comando da Petrobras é a primeira de uma série de mudanças que o governo vai fazer na petroleira.
Além de demitir Coelho, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, vai fazer mudanças no conselho de administração da estatal.
A saída do atual presidente também abre caminho para mudanças na diretoria da empresa.
O atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, será o novo presidente da Petrobras // Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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Para o lugar de Ferreira Coelho, o governo vai indicar Caio Mário Paes de Andrade, homem de confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ele já havia sido cotado para assumir a Petrobras por ocasião da demissão do general Joaquim Silva e Luna.
A mudança ocorre em meio às sucessivas altas nos preços dos combustíveis, motivo de insatisfação do presidente Jair Bolsonaro e que já havia causado a demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Segundo a nota divulgada pelo ministério, Andrade é formado em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduado em administração e gestão pela Harvard University e mestre em administração de empresas pela Duke University.
A Petrobras estava perto de anunciar novo reajuste de gasolina e Bolsonaro quer evitar novos aumentos neste momento de alta volatilidade do preço internacional.
Para isso, o presidente pretende alterar a forma de reajuste dos preços dos combustíveis da empresa.
Uma fonte do governo disse que é uma questão de sequência até chegar às mudanças que o presidente pretende implementar.
A lógica é a seguinte: governo não pode mandar diretamente na decisão da empresa sobre os preços, mas pode mudar o conselho e o presidente, que mudam a diretoria.
O passo seguinte é a mudança na política de preços, como quer Bolsonaro.
Ele quer que os reajustes sejam mais esparsos e que haja uma trégua nos preços enquanto o mercado de petróleo estiver vivendo alta volatilidade por conta da crise de energia provocada pela guerra da Rússia com a Ucrânia.
Sachsida ainda quer avançar nas privatizações da Petrobras e também da PPSA, a estatal responsável pela parte da União no pré-sal.
Com informações do Estadão/GP/FSP