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09/06/2025 08:58

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Comércio em Aracaju

Foto: Igor Matias


Os festejos juninos promovidos pelo Governo de Sergipe reforçam não só a tradição cultural do ‘País do Forró’, mas também representam um importante motor para a economia do estado.

Além de fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade cultural, o ciclo junino movimenta diversas cadeias produtivas, beneficiando desde trabalhadores informais até empresas e profissionais dos setores de turismo, comércio e serviços.

Indústria do São João: uma cadeia diversificada

A chamada indústria do São João envolve uma ampla gama de trabalhadores e atividades, como:

  • Costureiras e estilistas
  • Vendedores de comidas típicas
  • Cozinheiras de quitutes juninos
  • Profissionais de beleza que oferecem serviços sazonais
  • Motoristas de aplicativo
  • Trabalhadores em vagas temporárias
  • Músicos e operadores de som
  • Profissionais de diversos setores de serviços e comércio

Segundo o subsecretário de Estudos e Pesquisas da Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação (Seplan), Ciro Brasil, responsável pelo Observatório de Sergipe, 118 atividades são potencialmente beneficiadas pelos festejos juninos, envolvendo cerca de 70 mil pessoas no mercado formal de trabalho.

“São ramos da economia, a exemplo da produção de milho, bebidas, trabalhadores de atacado e varejo, entre outros, que movimentam a cadeia junina”, destaca Ciro.

O São João chega a movimentar quase 1/4 da economia estadual, abrangendo desde a agricultura (milho, amendoim) até a indústria e os setores de comércio e serviços.

Impacto no comércio local

Em Estância, a vendedora Lourdes Silva Barbosa, de 50 anos, que trabalha há dez anos em uma loja de cosméticos, relata o impacto positivo:

“Neste mês, vendemos muito bem. Mulheres e homens buscam produtos de beleza, perfumes, maquiagem e itens para cabelo. Também recebemos clientes de outras cidades, ampliando nosso público”, conta Lourdes.

Além disso, a equipe da loja investe em decoração temática, o que também gera demanda em comércios de itens decorativos.

Resultados de 2024

Em 2024, a programação junina de Sergipe registrou:

  • 772.063 pessoas participantes
  • 162 mil turistas
  • R$ 80 milhões de impacto na economia
  • 389 atrações (sendo 204 sergipanas)
  • 780 novos postos para ambulantes
  • 301 para barracas de fogos
  • 161 para bares e restaurantes
  • 344 para hotéis e pousadas

Os dados são da Fecomércio e do Observatório de Sergipe, com investimento de R$ 27 milhões, dos quais R$ 7 milhões foram captados via patrocínio.

“Os setores de bares e restaurantes, de ambulantes, hotéis e de transporte costumam gerar mais novos empregos nessa época do ano”, enfatiza Ciro Brasil.

Perspectivas para 2025

Em 2025, o impacto promete ser ainda maior:

  • 701 apresentações previstas, sendo 635 de artistas sergipanos (mais de 90% da programação).

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Sergipe (ABIH/SE), Antônio Carlos Franco Sobrinho:

“A taxa preliminar de reservas já atinge 80% e deve crescer ainda mais. O calendário junino se consolidou como um dos principais motores do turismo em Sergipe”.

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) - Seccional Sergipe, Bruno Dória:

“A antecipação do calendário de eventos pelo governo estadual tem sido fundamental para impulsionar o setor. Sergipe está se posicionando no cenário nacional de eventos e atraindo cada vez mais turistas.”

Novidade: recursos dos festejos serão revertidos em obras públicas

Este ano, parte dos recursos gerados pelos festejos juninos será aplicada em obras públicas, beneficiando também o setor da construção civil, um dos maiores empregadores do estado.

Entre as obras previstas:

  • Reforma e ampliação do Hospital Regional de Propriá
  • Ampliação do Hospital da Criança
  • Construção de bases do Samu 192 Sergipe nos municípios de Aquidabã e Lagarto

Da redação

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