Mesmo com a ameaça de uma segunda onda de covid-19, empresas brasileiras se preparam para receber um número maior de funcionários nos escritórios em 2021.
O jornal Valor Econômico ouviu nos últimos dias dirigentes de dezenas de grandes empresas e constatou um quase consenso:
o home office funcionou bem, aumentou a produtividade em muitos casos, mas a volta ao trabalho presencial de parte do pessoal é necessária para preservar a saúde mental de funcionários e a cultura das empresas.
A aposta geral é que, com a chegada da vacina, modelos mais flexíveis e híbridos de trabalho prevalecerão.
Análises feitas pela Orbit Data Science com base em 5 mil comentários no Twitter, Facebook e Instagram indicam forte queda na satisfação dos brasileiros com o trabalho em casa.
No início da pandemia, 70% das pessoas se diziam satisfeitas, índice que caiu para 45% em junho e 43% em outubro.
Encontrar um formato que atenda a satisfeitos e insatisfeitos é o desafio das companhias, que tendem a adotar modelo híbrido.
“O formato 100% em home office está desgastado e o 100% presencial está esgotado”, disse Joseph Nigri, da Construtura Tecnisa.
Na sede da holding Votorantim, 40% dos funcionários já trabalham presencialmente.
Na Unipar, fabricante de cloro-soda e PVC, o home office em tempo integral será adotado em 2021 apenas para a área de serviços ao cliente.
Na MRV, o esquema pós-pandemia inclui o presencial para 85% do pessoal administrativo.
A Evoltz, da área de energia, já levou de volta ao escritório 95% dos funcionários desde setembro.
A Natura constatou que o home office pode ser produtivo, mas deve adotar o formato híbrido para preservar as relações.
Waldir Beira, CEO da Química Amparo (Ypê), observa que o home office atrasa a aprendizagem dos jovens.
Com informações do Valor Econômico