Economia & Negócios

Da Redação
11:06
15/05/2024

Juros mais baixos estimulam uso do crédito e aumentam endividamento em Sergipe

O endividamento das famílias sergipanas apresentou elevação na variação anual entre os meses de abril de 2023 e abril de 2024, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).

A pesquisa é realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Núcleo de Comunicação e Inteligência do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac de Sergipe.

A elevação foi de +12,4% no período corrente de um ano, com base em abril.

Marcello Casal / Agência Brasil

Taxa de endividamento em Sergipe atinge 87,6%

Conforme a pesquisa, 87,6% das famílias sergipanas apresentaram condição de endividamento em abril.

O número supera os 75,2% de abril de 2023, mas segundo os estudos realizados no cenário macroeconômico comercial, possui explicação clara com razões baseadas na redução da taxa básica de juros, que leva as pessoas a irem ao mercado de consumo, fazendo compras com uso de crédito e parceladas, elevando o endividamento familiar.

O valor percentual de famílias não endividadas em Sergipe diminuiu de 24,8% em abril de 2023, para 12,4% em abril deste ano

Presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Marcos Andrade

Impacto da redução da taxa de juros no consumo

De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Marcos Andrade, o momento de aquecimento da economia, aliado à redução das taxas de juros das operadoras de crédito e a elevação no estoque de trabalhadores do estado, levou os consumidores a irem mais às compras, promovendo mais gastos e contração de dívidas.

Crescimento econômico e geração de empregos em Sergipe

Sergipe está vivendo um momento importante na sua economia, com elevação constante de empregos, sendo que no prazo de um ano, cerca de 14 mil pessoas conseguiram se colocar no mercado de trabalho. Cada pessoa se torna um novo consumidor no comércio e também um contratante de operações de crédito, principalmente na modalidade do cartão, que é a de acesso mais rápido. Ou seja, o aumento do consumo, leva ao aumento do endividamento. Mas as pessoas estão sabendo usar o crédito com responsabilidade, o que é o mais importante”, disse Andrade.

Queda na inadimplência e situação de insolvência

O cenário de pessoas endividadas em situação de inadimplência diminuiu −5,2% entre abril de 2023 e abril deste ano.

Atualmente, 16,3% dos consumidores estão com dificuldades de pagamento de seus compromissos, é uma taxa considerada baixa, diante de cenários anteriores os quais esse indicador era muito maior.

Ao longo dos últimos 12 meses esse percentual vem apresentando quedas constantes.

Já as famílias em situação de insolvência, que não possuem condição de pagar seus compromissos, aumentou +0,4% diante da variação anual, atingindo 4,2% de famílias que estão com dificuldades econômicas.

O economista, Marcio Rocha, explica que a educação financeira tem se mantido, o que é confirmado com as taxas baixas de inadimplência e insolvência entre as famílias do estado.

O uso consciente do crédito tem sido uma constante na vida econômica dos sergipanos. Considerando que, a inadimplência diminuiu sensivelmente nos últimos doze meses e a situação de insolvência é baixíssima, com indicadores realmente pequenos diante do cenário econômico das famílias sergipanas. Houve um aumento no endividamento, que possui razões completamente compreensíveis, pois as pessoas estão comprando mais e usando mais o crédito, o que leva à contração de compromissos”, afirmou Rocha.

Relação entre vendas do comércio e endividamento

Com base nos resultados de vendas do comércio, percebe-se que o aumento do endividamento dos consumidores está diretamente relacionado à elevação das vendas do comércio varejista no estado.

Conforme os dados estudados pela Fecomércio, o mês de março, último balanço divulgado, registrou elevação de +7,5% no volume de vendas diante do mesmo mês do ano passado.

Daí entende-se que o aumento do consumo é o resultado claro dos fatores contributivos para o crescimento do endividamento.

 

Com informações da Fecomércio

Compartilhe