O anúncio de que o Brasil concederá vistos humanitários para ucranianos que deixarem o país para fugir da guerra iniciada pela Rússia foi feito nessa segunda-feira (28).
"Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem ao Brasil através do visto humanitário, que é a maneira mais fácil de vir para cá. Não vamos ter problema nenhum.
Estamos dispostos a receber ucranianos. Faremos todo o possível para receber", afirmou, em entrevista para a rádio Jovem Pan.
Segundo o presidente, os interessados devem procurar a embaixada do Brasil na Ucrânia, que fará uma apresentação dos procedimentos.
A partir daí, caberá a eles conseguirem um meio de deixar o país, que está com o espaço aéreo fechado.
Imigrantes negros na Ucrânia dizem ser alvo de racismo e barrados em trens ao tentar fugir
Pai de três filhos, um nigeriano que vive na Ucrânia desde 2009 contou ao jornal The Independent que, no sábado, ele, familiares e outros imigrantes foram obrigados a desembarcar de um ônibus prestes a cruzar a fronteira.
"Nenhum negro", teriam dito militares.
"Quando olho nos olhos dos que estão nos rejeitando, vejo racismo injetado; eles querem se salvar e estão perdendo sua humanidade no processo", afirmou.
"O pior de tudo é o fato de que os próprios ucranianos não estão permitindo que africanos embarquem nos trens gratuitos que forneceram para ucranianos e outros cidadãos deixarem a Ucrânia e fugirem para a Europa."
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Nessa segunda, na Assembleia Geral da ONU, o Brasil posicionou-se pela condenação da Rússia, mas fez um apelo pela revisão das sanções econômicas aplicadas ao país.
Mais cedo, o encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse que pediu ao Itamaraty ajuda humanitária.
Ele apresentou uma lista de itens essenciais que poderiam ser doados, como alimentos e remédios.