O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta 2ª feira (13/02/2023) que vai trabalhar com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao programa Roda Viva, o economista negou atuação política e reforçou a independência da autoridade monetária.
“O Banco Central precisa trabalhar junto com o governo e eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para aproximar o BC do governo”, disse.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.| Foto: Reprodução/YouTube/Roda Viva.
Nome indicado pelo ex-ministro Paulo Guedes, Campos Neto disse que se aproximou de ex-integrantes do governo Bolsonaro, mas que também espera criar vínculos com pessoas da atual gestão.
“O importante são as coisas que eu fiz pelo Banco Central, como eu atuei com autonomia e como eu atuei muitas vezes em coisas que o governo [Bolsonaro] era contra”, disse.
Ao ser questionado sobre ter ido votar nas eleições de 2022 com uma blusa da seleção brasileira, símbolo de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do BC disse que o voto é “privado”.
“Em relação a camisa, estamos em um sistema polarizado.
Estamos todo mundo aprendendo.
A autonomia do Banco Central é nova.
Eu vim indicado por um governo e também estou aprendendo e espero poder conversar bem com qualquer governo”, completou.
Ele destacou a alta da taxa básica de juros em 2022, que terminou o ano em 13,75%.
“Se o Banco Central tivesse leniente, se quisesse participar politicamente, não teria subido os juros, teria até feito até uma política para estourar a inflação para frente, mas foi uma coisa que não fez”, afirmou.