O governo argentino impôs um limite para o regresso de argentinos no exterior, afetando 45 mil cidadãos.
A cota diária de até 2.000 pessoas foi reduzida em 70%, permitindo a entrada de apenas 600 argentinos por dia, equivalentes a apenas dois aviões comerciais.
A medida, considerada inconstitucional pelos juristas, visa conter a expansão da variante Delta.
Com a decisão, a cada dia 1.400 pessoas que tinham passagem de volta ficarão no exterior sem autorização para embarcar.
As reprogramações de voos das companhias aéreas projetam um retorno só em agosto ou setembro.
Calcula-se que 45 mil argentinos estejam de viagem no exterior, especialmente nos Estados Unidos, aonde foram para se vacina
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A Argentina passou a limitar o regresso dos próprios argentinos na segunda-feira (28).
As novas regras também impõem que, quem regressar ao país a partir desta quinta-feira (01), terá de cumprir um isolamento num hotel sanitário, pago pelo próprio passageiro.
As medidas valem para os argentinos e para os residentes estrangeiros no país.
Os turistas estão proibidos de entrar na Argentina desde dezembro.
A única porta de entrada ao país é o aeroporto de Ezeiza (Buenos Aires).
Todas as fronteiras terrestres também estão fechadas para os próprios argentinos desde dezembro.
É um caso único no mundo: o país impede que os seus próprios cidadãos voltem para o território.
As novas regras, no entanto, não incluem a classe política, isenta da proibição de retorno e de quarentena.
No ano passado, a Argentina teve a quarentena mais prolongada e rígida do mundo. Durou 233 dias.
Mesmo assim, o país aparece entre os que pior administram a pandemia.
Tanto na Organização dos Estados Americanos (OEA) quanto na Organização das Nações Unidas (ONU), a Argentina tem apoiado os regimes de Nicolás Maduro, na Venezuela, e de Daniel Ortega, na Nicarágua.
Esse alinhamento com regimes autocráticos já foi criticado pela Anistia Internacional e pela Human Rights Watch.
Um grupo de intelectuais argentinos publicou uma carta na qual adverte como a Argentina vai em direção aos regimes que defende, Nicarágua e Venezuela, em detrimento da democracia.
"O governo aponta a avançar contra a liberdade de imprensa, a colonizar a Justiça e perpetuar-se no poder entre outras iniciativas de gravidade institucional", denunciam.
Com informações da RFI