Mensagens obtidas com exclusividade pelo Fantástico mostram que o cabo da polícia militar Luiz Paulo Dominghetti negociava por dose de vacina uma comissão de US$0,25.
O valor é diferente do que o informado por ele durante depoimento à CPI da Covid no Senado, US$0,20.
Ele também menciona negociação com estados.
Durante o depoimento, o celular de Dominghetti foi apreendido e o material ainda está sob perícia.
Uma análise preliminar, no entanto, segundo a reportagem, já identificou cerca de 900 caixas de diálogos nos aplicativos de mensagens.
Mensagens obtidas com exclusividade pelo Fantástico do celular de Dominghetti, que está sob perícia (Reprodução/ Fantástico)
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No dia 10 de fevereiro, Dominghetti envia uma mensagem para um contato identificado como “Guilherme Filho Odilon”, na qual é possível ver negociações para a compra da AstraZeneca e um novo valor de comissão.
“Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões doses. Neste caso a comissão fica em 0.25 cents de dólar por dose [sic]”, escreveu Dominghetti.
Ele continua:
“Que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividimos de forma igual a todos os envolvidos claro que proporcionalmente aos grupos.
Sendo três pessoas eu, vc e seu parceiro não teria objeções em avançar neste sentido [sic]”.
Nas mensagens, Dominghetti também menciona o Piauí e afirma que “se for do seu interesse” poderia fazer uma ligação com representante “trend/astrazeneca” e que conseguiria “6 meses em contrato garantir qualquer venda no Piauí ou outro parceiro”.
Não há informações sobre quem é o contato identificado nas mensagens, mas Dominghetti chegou a citar o mesmo nome, Guilherme Filho Odilon, durante depoimento da CPI, afirmando se tratar de um “parceiro”.
As mensagens obtidas pelo Fantástico também mostram que no dia 26 de fevereiro, Dominghetti trocou mensagens com um contato identificado como “Haroldo Vacinas Compra”.
Depois de não atender a uma ligação, o PM escreve:
“Meu amigo, já já te retorno. Alfredo me passou sobre o Amazonas, né? Sabe a quantidade?”.
Haroldo responde que, “inicialmente, eles liberaram de um fundo lá quase 160 milhões”.
Não é possível ver o final das mensagens.
Um outro contato mostrado na reportagem é o “Coronel Guerra”.
Em uma das mensagens trocadas entre os dois, supostamente trocada enquanto Guerra estava nos Estados Unidos, Dominghetti escreve:
“Hoje conseguimos avançar em uma conversa com nossos parceiros”.
Guerra responde:
“Sim, qualquer hora. Estou no campeonato com o meu filho em Baltimore”.
Segundo a reportagem, Guerra seria o canal de contato entre Dominghetti e um homem chamado Herman.
Seria o mesmo nome do presidente da Davati, Herman Cardenas.
Com informações do Poder360