19/05/2021 17:18

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As trabalhadoras do sexo holandesas voltaram ao "bairro da luz vermelha" de Amsterdã nesta quarta-feira (19), após seis meses "enfadonhos" de inatividade, quando o governo começa a suspender as restrições relacionadas à pandemia.

As prostitutas eram visíveis nesta quarta-feira (19) em suas icônicas cabines de vidro ao longo dos canais na capital holandesa, pela primeira vez desde o início de dezembro de 2020.

Um período em que, segundo muitas delas, o governo não as atendeu nem ouviu suas solicitações.

O 'Wallen' é o "bairro da luz vermelha" de Amsterdã, onde prostitutas se exibem em vitrines coloridas (ArquivoAFP)

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As salas onde recebem seus clientes agora exibem nas paredes as normas sanitárias anti-Covid, lembrando que devem lavar as mãos e usar máscaras.

Estou muito feliz porque conseguimos reabrir depois de um longo período sem poder trabalhar”, confidencia uma prostituta que se autodenomina "Kelly".

Para muitas meninas foi um desastre, certamente porque o governo não as apoiou e elas tiveram que trabalhar ilegalmente”.

Pessoas andam pelo distrito da Luz Vermelha, em Amsterdã, após a Holanda afrouxar restrições contra a pandemia do novo coronavírus (Kenzo Tribouillard/AFP)

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A prostituição é legal na Holanda, mas os trabalhadores do sexo foram forçados a parar em dezembro a partir de uma determinação do governo, como muitas outras "profissões de contato", durante a segunda onda da epidemia de coronavírus.

O resultado, Kelly explica, foi que muitas prostitutas tiveram que trabalhar ilegalmente, muitas vezes em condições inseguras, de acordo com seus sindicatos.

Como muitos europeus que estão voltando ao trabalho, enquanto as vacinas ajudam a mitigar a pandemia, Kelly diz que é bom voltar ao "trampo".

“É ótimo ver meus colegas de trabalho de novo e ter regularidade em minha vida. Ficar em casa é muito chato”, diz ela. "É uma pena que ainda não haja muitos turistas, porque é isso que faz Amsterdã girar."

Fachada do Museu da Prostituição, no Distrito Vermelho, no Centro de Amsterdã 

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Outra trabalhadora do sexo, Jeanne, sentia-se ainda mais excluída à medida que outras profissões, como cabeleireira, por exemplo, já foram retomadas há vários meses.

Também podemos adoecer e infectar nossos clientes, por isso sempre prestamos muita atenção à higiene”, diz ela.

"Tudo relacionado à lavagem das mãos e esse tipo de medidas, nós já costumávamos fazer isso antes."

Com suas vitrines iluminadas por neon e shows eróticos, o "bairro da luz vermelha" é há muito tempo - junto com as drogas legalizadas - uma das principais atrações turísticas de Amsterdã, embora alguns moradores locais se queixem da superlotação e do comportamento de certos grupos - a maioria homens - visitantes.

As garotas estão de volta, os bares reabriram, é realmente um passo à frente. Estou muito feliz”, diz Davey Mell, dono de um bar de 27 anos. 

O retorno das prostitutas é "muito bom para o ambiente", avalia o barbeiro Kieran Deacon, 23 anos. "Mas espero que os turistas comecem a voltar, nosso modelo econômico aqui é essencialmente baseado no turismo”, avalia. 

As autoridades locais até mesmo consideraram a mudança das prostitutas para um local nos subúrbios para reduzir seu impacto neste distrito histórico, mas a maioria das pessoas que trabalha lá pede medidas menos drásticas para dar continuidade à tradição dos trabalhadores do sexo no "bairro vermelho" de Amsterdã.

 

Com informações da AFP/RFI

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