01/05/2023 10:50

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Os tradicionais cortejos e protestos que geralmente marcam o dia do Trabalho na França devem ser particularmente robustos neste ano, de acordo com dirigentes sindicais e políticos da oposição.

Eles esperam uma grande mobilização nesta segunda-feira (1°) em todo o país, tendo como destaque a rejeição à reforma da Previdência.

Sindicatos franceses esperam grandes manifestações no país neste 1º de maio

"Este Primeiro de Maio será um dos maiores Primeiros de Maio sobre a questão social dos últimos 30 ou 40 anos", disse Laurent Berger, secretário-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), em entrevista neste domingo (30) às emissoras RTL e LCI.

"Amanhã, acho que teremos centenas de milhares de manifestantes, talvez um ou 1,5 milhão. Há muita raiva social no país. É profundo”, acrescentou.

No dia seguinte à manifestação, terça-feira (2), os diversos sindicatos devem se reunir para fazer um balanço da mobilização.

Os sindicalistas também devem decidir sobre as condições para uma nova reunião com a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne.

Laurent Berger disse estar pronto para discutir se o governo convidar os sindicatos, acrescentando que as organizações tinham interesse em continuar trabalhando juntas nessa questão.

A Festa do Trabalho, como é chamado o 1° de maio na França, será marcada por protestos que vão muito além da indignação com o aumento da idade de aposentadoria para 64 anos. A guerra na Ucrânia continua gerando uma explosão no custo de vida que exaspera cada vez mais a população e corrói o poder de compra dos salários.

Sophie Binet, a nova secretária-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), explicou que além da rejeição à reforma das aposentadorias, os manifestantes irão às ruas pedir aumentos salariais e respostas à crise ambiental. "Agora é a hora de sentir a nossa força", disse em entrevista ao canal França 3.

Entretanto, ela disse ter ficado “chocada” pela tentativa do governo de impedir recentes protestos, especialmente durante a final da Copa da França, na noite de sábado (29).

Eu fico inquieta ao ouvir sobre o anúncio do uso de drones na segurança do cortejo de 1° de maio”, completou Binet.

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