27/08/2022 15:56

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Encontrar órgãos para serem transplantados não é uma tarefa fácil. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 10% dos pacientes morrem esperando um fígado.

A empresa americana LyGenesis quer mudar esse cenário, e criou uma técnica inovadora para isso.

Para entender o novo método, são necessárias algumas analogias: pense em um pacote de sementes.

Para que aquilo se torne uma verdadeira planta, você precisa colocá-lo na terra e proporcionar luz e água, gerando reações químicas e permitindo o crescimento. 

Imagem: IStock

O que os pesquisadores querem é “plantar” um segundo órgão em voluntários.

Muitas vezes, mesmo após a morte cerebral do paciente, seu fígado não pode ser doado por estar comprometido.

Porém, os cientistas podem retirar suas células e reaproveitá-las – essas são as nossas sementinhas. 

As células seriam aplicadas nos gânglios linfáticos de pacientes com doença hepática.

Os também chamados linfonodos estão perto o suficiente para receber sinais químicos de socorro enviados pelo órgão doente.

Dessa forma, a regeneração seria estimulada e um mini fígado se desenvolveria.

Um paciente com problema hepático, afinal, muitas vezes não precisa de um fígado inteiro: transplantar apenas um pedaço do órgão já pode ser suficiente para salvar sua vida.

O primeiro voluntário, um adulto com doença hepática terminal, será testado em Massachusetts, nos EUA, dentro das próximas semanas.

Ele receberá cerca de 50 milhões de células hepáticas, o que deve ser suficiente para a criação de um novo órgão. 

 

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Depois, outros 11 pacientes se juntarão ao estudo.

Os últimos poderão receber até 250 milhões de células, o bastante para gerar até cinco mini fígados.

Todos os participantes serão acompanhados por um ano após o procedimento e deverão tomar imunossupressores pelo resto da vida, como forma de evitar que o corpo rejeite a peça. 

Testes anteriores em animais apresentaram bons resultados, o que deixa os cientistas confiantes.

De acordo com a equipe, um único fígado doado poderia ajudar até 75 pessoas

. O resultado desse primeiro ensaio clínico em humanos, que deverá testar a segurança e avaliar os benefícios do método, deve ser divulgado em dois anos.

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