No Brasil, a cada ano, uma média de 600 homens têm o pênis amputado em decorrência de câncer na genitália, segundo dados da Ministério da Saúde.
A doença está intimamente relacionada às condições socioeconômicas dos pacientes, e pode ser evitada com a boa higienização do órgão sexual masculino, com água e sabão.
Esse tipo de tumor responde por 2,1% de todas as neoplasias que atingem os homens, principalmente os que têm idade acima dos 50 anos.
No entanto, a incidência é alta nos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, representando até 10% das neoplasias malignas em homens.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, entre 2012 e 2022 foram registrados no Brasil 21.766 casos desse tipo de câncer.
Entre 2013 e 2023 foram registradas 6.456 amputações do órgão genital masculino, e de 2011 a 2021 a doença provocou mais de quatro mil mortes no Brasil.
Para conscientizar o público masculino de que essa neoplasia pode ser evitada, e que tem cura quando descoberta na fase inicial, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza neste mês de fevereiro a campanha nacional “Pênis, cuide, você só tem um”.
A Seccional Sergipe da SBU aderiu à ação e massificará, nos meios de comunicação e nos consultórios médicos, a importância de saber mais sobre esse tipo de câncer, como informou o presidente da entidade, o médico urologista David Márcio de Oliveira Lima.
“Esse é um problema que infelizmente está relacionado ao nível sociocultural da população. Em países subdesenvolvidos tem índices elevados, em contrapartida, quase não existe em países desenvolvidos", explica o presidente da SBU/SE.
O urologista David Lima chamou a atenção para fatores importantes e determinantes para o surgimento do câncer de pênis, que são:
fimose, por dificultar a higiene da glande (“cabeça do pênis”);
infecção por HPV, doença sexualmente transmissível, e que está relacionada a 1/3 dos casos registrados desse tipo de câncer;
e o hábito de fumar.
E por a fimose ser um dos fatores de risco preponderantes e controlável, a SBU/SE promoverá, no dia 02 de março, um mutirão para realização de cirurgias de correção desse problema.
O público-alvo serão pacientes urológicos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e os procedimentos serão realizados nos hospitais Cirurgia e São José, ambos na capital sergipana.
Dr. David Lima salienta que o mutirão só será possível graças à parceria das unidades hospitalares e a cerca de 25 médicos urologistas que integram a SBU local, que se disponibilizaram, voluntariamente, a realizar os procedimentos.
As cirurgias são ambulatoriais, com anestesia local, e os pacientes atendidos terão alta no mesmo dia.
“Ainda não temos um número exato de quantos pacientes serão beneficiados com a cirurgia de postectomia, mas é importante salientar que todos escolhidos serão da rede SUS de atendimento. Então, se algum homem que tem fimose, e ainda não buscou auxílio médico, procure a unidade de saúde mais próxima para atendimento com um urologista da rede SUS, e assim poderá ser contemplado no mutirão”, incentiva o presidente da SBU/SE.
Os sintomas mais comuns da doença são coceira, surgimento de lesões (feridas) que não cicatrizam, e/ou caroços na virilha, manchas, mau-cheiro, e secreção de odor fétido.
Essa sintomatologia pode ser confundida com as provocadas por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), por isso ao perceber o surgimento de alguns ou de todos esses sintomas, um médico urologista deve ser procurado imediatamente.
Com informações da Assessoria