“A era da ebulição global chegou”.
Essa fala do secretário-geral da ONU pode ter soado meio exagerada para alguns, mas ficou mais palpável para quem acompanhou a onda de calor que tomou o Hemisfério Norte em julho.
Depois de gerar mais de 60 mil mortes na Europa e fazer os bastões de selfies dos turistas derreterem, a projeção financeira da crise climática ficou tensa.
Pelas estimativas da firma de auditoria Deloitte — uma das maiores do mundo —, caso os padrões de emissões de carbono atuais sejam mantidos até 2070, as perdas globais totalizarão R$ 841 trilhões.
A primeira semana de julho foi a mais quente desde 1979, com a temperatura média global surpreendendo vários analistas. Depois de sucessivos recordes, então, o mês foi considerado o mais quente da história.
As cenas, que renderiam mais um filme para o Christopher Nolan, mostram não só as consequências da crise climática, como os perigos que ela representa para a economia, principalmente no longo prazo.
Luz no fim do túnel? A expectativa é que o interesse do setor privado possa recuperar o tempo perdido no combate à crise do clima. Ainda que as políticas públicas sejam importantes, para os especialistas, “quando o mercado de inovação se engaja numa causa, a história muda”.