Duas ativistas da coalizão Just Stop Oil jogaram sopa de tomate na famosa pintura "Vaso com quinze girassóis" (1888), de Vincent van Gogh, na sexta-feira (14), durante protesto na Galeria Nacional de Londres, na Inglaterra.
A existência das jovens é que o governo britânico suspenda novos projetos de extração de petróleo e gás.
Ativistas jogam sopa de tomate em pintura de Van Gogh Foto: Instagram / Reprodução
As mulheres entraram na sala onde estava pendurada a obra, estimada em US$ 84,2 milhões (R$ 445, 3 milhões), e jogaram o conteúdo de duas latas de sopa de tomate da marca Heinz, por volta das 11h do horário local (7h no horário de Brasília).
De acordo com a Galeria Nacional de Londres, as manifestantes pareceriam ter se colado à uma parede adjacente à obra de Van Gogh, que é protegida por vidro.
“A sala foi liberada de visitantes e a polícia foi chamada”, informou o museu, em comunicado compartilhado no Twitter.
“Há um dano pequeno na moldura, mas a pintura está intacta”.
As jovens que jogaram a sopa no quadro foram colocadas em uma van da polícia na entrada dos fundos da galeria e levadas sob custódia para uma delegacia no centro de Londres, segundo o site britânico Daily Mail.
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O que faz a coalizão
A Just Stop Oil reúne grupos “trabalhando juntos para garantir que o governo britânico se comprometa a encerrar todas as novas licenças e consentimentos para a exploração, desenvolvimento e produção de combustíveis fósseis no Reino Unido”, segundo seu site.
Neste mês, a organização participa de ações programadas para coincidir com o lançamento de uma nova rodada de licenciamento de petróleo e gás em que mais de 100 novas licenças serão provavelmente concedidas.
Um aumento previsto no preço de energia para outubro significará a queda de quase 8 milhões de famílias na pobreza de combustível até 1º de abril de 2023, de acordo com dados do grupo.
O motivo do protesto
Após arremessar a sopa de tomate junto de Anna Holland, de 20 anos, de Newcastle, a manifestante londrina Phoebe Plummer, de 21 anos, declarou em voz alta, enquanto estava “colada” na pintura de Van Gogh:
“A arte vale mais que a vida? Mais que comida? Mais do que justiça?”.
“A crise do custo de vida é impulsionada pelos combustíveis fósseis – a vida cotidiana tornou-se inacessível para milhões de famílias com frio e fome – elas não podem nem mesmo aquecer uma lata de sopa”, gritou a manifestante.
“Não podemos comprar petróleo e gás novos, isso vai levar tudo. Vamos olhar para trás e lamentar tudo o que perdemos, a menos que ajamos imediatamente.”
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Holland, por sua vez, alertou que as famílias britânicas serão forçadas a escolher entre aquecer ou comer no inverno, já que "as empresas de combustíveis fósseis obtêm lucros recordes”.
Em seguida, ela criticou a fome na Somália, causada por sua pior seca em 40 anos e alimentada pela crise climática.
“Este é o futuro que escolhemos para nós mesmos se pressionarmos por novos [negócios de] petróleo e gás”, finalizou.
A ação das ativistas, segundo a Just Stop Oil, ocorreu após duas semanas de resistência civil por seus apoiadores.
“Este não é um evento de um dia, é um ato de resistência contra um governo criminoso e seu projeto de morte genocida”, disse a coalização, em comunicado.
Nomeada em 6 de setembro como sucessora de Boris Johnson, a primeira-ministra britânica Liz Truss anunciou dois dias depois o levantamento de uma moratória sobre fraturamento hidráulico, um polêmico método de extração de combustíveis fósseis.
A governante também declarou o aumento das licenças para extração de petróleo e gás no Mar do Norte, entre outras medidas.
Ao todo, existem 7 apoiadores da Just Stop Oil em prisão preventiva ou cumprindo sentenças.
O grupo reiterou que não será intimidado pelas mudanças na lei ou liminares privadas.
“Nossos apoiadores retornarão – hoje, amanhã e no dia seguinte – e no dia seguinte depois disso – e todos os dias até que nossa demanda seja atendida: nenhum novo petróleo e gás no Reino Unido”, disse a instituição.