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O Antagonista
15:29
03/01/2023

Supremo pode validar norma que proíbe demissão sem justa causa

Uma ação protocolada em junho de 1997 no Supremo Tribunal Federal (STF) está preocupando juristas e empresários.

Ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1625 quer a nulidade de um decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que revogou a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Essa convenção — ratificada pelo Congresso Nacional em 1996 e que, portanto, se tornou lei (revogada por FHC) — proíbe demissões sem justa causa.

Um trabalhador da iniciativa privada poderia ser demitido somente se cometesse falta grave ou por comprovada incapacidade econômica do empregador.

Reprodução

A análise do caso recomeçou no fim de outubro.


No entanto, o ministro Gilmar Mendes pediu vista.

Com a nova regra da Corte que alterou para 90 dias o prazo máximo para que os processos com pedido de vista sejam devolvidos para julgamento, a ação deve voltar à pauta no primeiro semestre.


Há três linhas de voto no julgamento até o momento.


Três ministros reconhecem a validade do Decreto nº 2.100, que retirou o Brasil da convenção:

Dias Toffoli, Nelson Jobim (aposentado) e Teori Zavascki (morto em um acidente em 2017).

No entanto, Toffoli e Teori defenderam que, para casos futuros, a saída de tratados e acordos internacionais deve ser aprovada pelo Congresso.

 

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Joaquim Barbosa (aposentado), Ricardo Lewandowski e Rosa Weber votaram pela inconstitucionalidade do decreto, por avaliarem que a norma precisaria ter sido submetida ao Congresso.

Os ministros aposentados Maurício Corrêa e Carlos Ayres Britto votaram pela procedência parcial da ação.

Para eles, caberia ao Congresso ratificar ou questionar os tratados internacionais.

Em razão disso, a sua revogação definitiva dependeria de referendo dos parlamentares.

Faltam os votos de Gilmar Mendes, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

A discussão será acompanhada de perto por empresários e juristas.

 

Com informações do Antagonista

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