A dengue está se espalhando rapidamente pelo Brasil, com projeções do Ministério da Saúde apontando para um possível recorde de casos em 2024.
Este aumento pode ser atribuído a uma combinação de calor extremo, chuvas volumosas e a reaparição dos sorotipos 3 e 4 do vírus.
Importante ressaltar que existem medicamentos seguros para tratar a dengue, enquanto outros devem ser evitados.
Além dos sintomas comuns como dor de cabeça, dores musculares, dor atrás dos olhos, febre, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele, a dengue também pode manifestar sinais como sonolência, irritabilidade e confusão mental.
Existem duas categorias principais da doença: a dengue clássica e a dengue hemorrágica.
Na forma hemorrágica, a infecção ataca as plaquetas que são essenciais para a coagulação do sangue, levando o paciente a experienciar sangramentos nas gengivas ou nas fezes.
Medicamentos da classe dos salicitatos, incluindo a aspirina e o AAS, não são recomendados para quem suspeita estar com dengue ou já recebeu diagnóstico confirmado da doença.
Apesar de oferecerem efeitos analgésicos e antitérmicos, facilitando o alívio de dores e febre, essas substâncias podem comprometer a coagulação sanguínea em pacientes infectados pelo vírus da dengue.
Esse efeito aumenta o risco de sangramentos e pode piorar o quadro clínico da doença.
Portanto, pessoas saudáveis que tenham sido diagnosticadas com dengue ou que estejam sob suspeita da doença devem evitar o uso desses medicamentos.
Além da AAS e da aspirina, existem outros medicamentos que pertencem à mesma categoria, todos derivados do ácido acetilsalicílico, incluindo diflunisal, salicilato de sódio e metilsalicilato
Contudo, existem exceções para pacientes que estão em tratamento de condições cardíacas e que necessitam da ingestão periódica de aspirina.
O recomendado é procurar um médico imediatamente para analisar o que deverá ser feito, como trocar o medicamento ou fazer o uso monitorado.
Medicamentos pertencentes à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) também apresentam riscos de aumentar sangramentos e são desaconselhados para o tratamento dos sintomas da dengue.
Entre os AINEs mais conhecidos e utilizados estão: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, nimesulida, sulfinpirazona, fenilbutazona e sulindac.
Estes medicamentos são facilmente encontrados em farmácias e podem ser adquiridos sem necessidade de prescrição médica.
Medicamentos como prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona, que fazem parte do grupo dos corticoides, são igualmente contraindicados em casos confirmados ou suspeitos de dengue.
Esses medicamentos, assim como os anteriormente mencionados, podem elevar o risco de hemorragias na dengue, potencializando o agravamento do quadro clínico do paciente.
Recentemente, começaram a surgir nas redes sociais alegações de que a ivermectina seria um medicamento eficaz contra o vírus da dengue.
Diante dessas informações, o Ministério da Saúde divulgou uma nota esclarecendo que "não existem dados ou fontes que corroborem essa afirmação" e que o órgão "não endossa nenhum protocolo que preveja o uso desse medicamento para o tratamento da dengue".
Tratamentos seguros e recomendados
Infectologistas recomendam que os medicamentos mais apropriados para aliviar os sintomas da dengue são o paracetamol e a dipirona, uma vez que não contribuem para o aumento do risco de sangramentos.
Esses remédios são considerados seguros para uso e eficazes na redução de dores e desconfortos causados pela dengue.
Embora esses medicamentos possam atenuar alguns sintomas, especialistas ressaltam a importância vital da hidratação adequada como parte do tratamento da doença, pois a dengue pode causar inflamação e resultar na perda de fluidos dos vasos sanguíneos.
Com informações da BBC