O Brasil avançou três posições e foi o sexto país que mais atraiu investimentos estrangeiros diretos em 2021.
A informação está no relatório da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), divulgado nessa quinta-feira (9).
Os dados do Relatório Mundial de Investimentos apontam que o Brasil recebeu no ano passado US$ 50,3 bilhões em investimentos estrangeiros.
O valor representa uma alta de 78% em relação a 2020, quando o total foi de US$ 28,3 bilhões, mas ainda está abaixo do nível pré-pandemia, de US$ 65,3 bilhões.
Foto: Freepik/Divulgação
Além do Brasil, a região da América Latina e do Caribe também cresceu com uma alta de 56% nos investimentos estrangeiros, totalizando US$ 134,4 bilhões.
O resultado também foi inferior ao período pré-pandemia, mas representou uma recuperação em relação a 2020, quando a crise sanitária levou a uma queda de 45% nos investimentos.
A Unctad atribui o resultado a grandes projetos na área de infraestrutura de transporte, em especial no Brasil, e em atividades de mineração e ligadas à energia renovável.
Para a agência da ONU, o desempenho positivo está ligado à alta demanda global por commodities agrícolas e minerais.
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Globalmente, os investimentos estrangeiros subiram 64%, com uma forte recuperação em relação a 2020 e totalizando US$ 1,58 trilhões.
O relatório atribui o bom desempenho à atividade aquecida de fusões e aquisições de empresas e um rápido crescimento de projetos de financiamento internacional em meio a pacotes de estímulo voltados à infraestrutura.
No ranking global, os Estados Unidos lideraram a captação de investimentos estrangeiros, totalizando US$ 367 bilhões, ante US$ 151 bilhões em 2021.
Em seguida, vem China (US$ 181 bilhões), Hong Kong (US$ 141 bilhões), Singapura (US$ 99 bilhões), Canadá (US$ 60 bilhões) e Brasil (US$ 50,3 bilhões).
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Para 2022, a Unctad alerta que o ambiente de negócios e investimentos mudou drasticamente com os efeitos da guerra na Ucrânia.
Isso ocorreu, mais especificamente, com a elevação de preços de comidas e combustíveis e um ambiente financeiro mais apertado.
O relatório ressalta ainda incertezas sobre novos impactos da pandemia, a alta nos juros em grandes economias, um sentimento negativo nos mercados e o potencial de recessão.
Com isso, “sinais de fraqueza já estão aparecendo neste ano. Dados preliminares do primeiro quadrimestre apontam uma queda de 21% no anúncio de projetos greenfield, 13% em fusões e aquisições e 4% em acordos de financiamento de projetos”.
A projeção da agência é que o processo de crescimento de 2021 não se manterá neste ano, que os fluxos de investimento estrangeiro direto devem ter tendência de queda ou, no melhor cenário, estabilidade.