A partir do dia 30 deste mês de abril, a venda de álcool líquido 70% em supermercados e farmácias será proibida.
A medida tem gerado dúvidas entre a população sobre qual produto utilizar para a higienização adequada.
Álcool / Foto: PMA
Em resposta a essas preocupações, o Instituto Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe (ITPS), órgão vinculado à Secretaria do Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), orienta sobre alternativas viáveis para substituir o álcool 70% líquido.
A venda do produto havia sido flexibilizada em 2020, em razão da pandemia da Covid-19.
Com o prazo delimitado para acabar com os estoques, os estabelecimentos devem parar com a comercialização ainda este mês.
Motivação por trás da medida da Anvisa
A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a venda de álcool líquido 70% baseia-se em preocupações com a segurança, devido à inflamabilidade e toxicidade do produto.
Este movimento visa prevenir acidentes domésticos frequentemente associados ao seu uso.
A coordenadora do Laboratório de Microbiologia do ITPS, Rejane Batista, explica que existem algumas alternativas de prevenção que podem ser adotadas.
Entre as opções recomendadas está a solução de hipoclorito de sódio, popularmente conhecida como água sanitária.
"Dilua a água sanitária em água para obter uma concentração de cerca de 0,05% de cloro ativo”, destacou.
Além disso, Rejane Batista detalha como o procedimento pode ser feito.
A especialista ainda explica que essa solução pode ser utilizada para desinfetar área ou objeto, mas deve-se ter cuidado, pois concentrações mais altas podem ser corrosivas e irritantes para a pele.
Outra alternativa é a água oxigenada, que pode ser utilizada para substituir o álcool 70%.
“Ela é eficaz na desinfecção de áreas ou objetos. No entanto, sua eficácia contra alguns vírus pode ser limitada em comparação com o álcool. Também existem diversos desinfetantes disponíveis no mercado que são eficazes contra uma ampla gama de microrganismos, incluindo vírus”, orienta Rejane, ao destacar que é preciso seguir as instruções do fabricante para obter os melhores resultados.
Além das alternativas mencionadas para a desinfecção, é importante ressaltar a importância do uso regular de água e sabão para a higienização do corpo.
“Lavar as mãos e outras partes do corpo com água e sabão é uma das medidas mais eficazes na prevenção da propagação de bactérias e doenças infecciosas”, garante Rejane, ao enfatizar que esta é uma prática simples e, quando realizada de forma correta e frequente, contribui significativamente para a manutenção da saúde e o controle de infecções.
Apesar de o álcool líquido estar sendo proibido devido aos riscos de inflamabilidade e toxicidade, o álcool em gel continua sendo uma opção segura e eficaz para a desinfecção das mãos.
"É fundamental lembrar que, independentemente do desinfetante utilizado, é essencial seguir as instruções de uso e garantir uma boa técnica de limpeza para assegurar a eficácia na prevenção de infecções e viroses. Além disso, em ambientes onde o álcool 70% é o padrão recomendado, qualquer substituição deve ser cuidadosamente avaliada quanto à sua eficácia e segurança", alerta Rejane Batista.
Segundo a Anvisa, a razão para a proibição é a classificação do produto como inflamável.
O álcool líquido 70% foi vetado para comercialização em 2002, devido ao alto número de incidentes associados ao seu uso.
No entanto, durante a pandemia de Covid-19 em 2020, a venda do produto foi retomada devido à urgência sanitária.
Com informações da Secom/SE